Aos 49 anos, Fernanda Serrano está a passar por uma fase muito feliz, ao lado de Ricardo Pereira, com quem assumiu o namoro em meados de 2020. A atriz esteve à conversa com a Maria, revelando como e onde é que vai ser o Natal este ano. Mãe de quatro filhos: Santiago, de 17 anos, Laura, de 14, Maria Luísa, de 13, e Caetana, de sete, fruto do seu casamento com Pedro Miguel Ramos, a Natália da novela Quero é Viver revela que está preocupada com o futuro deles.
O que é que é mais importante para si no Natal?
A família. Cada vez mais é só isso que importa. É manter o mesmo número de pessoas à mesa, com saúde e harmonia.
Onde é que vai passar o Natal?
Vai ser como sempre, na minha casa, com a família toda.
Quem é que prepara a ceia de Natal?
Somos muitas mulheres lá em casa, sou eu, a minha mãe, a minha tia, as minhas primas.
A Laura já ajuda?
Sim, já ajuda e gosta.
Qual é que é a especialidade da Fernanda?
Sobretudo fazer sorrir toda a gente, armazenar muitas coisas para fazermos naquele dia, porque gosto de ter uma mesa farta. Fazemos sempre polvo, salada de polvo, polvo à lagareiro… Fazemos coisas diferentes de Lisboa porque temos costumes distintos. Também fazemos bacalhau com natas, e isso é a minha mãe que faz. Eu faço o polvo. No que diz respeito aos doces, não sou nada doceira, disso trata a minha tia.
Não é doceira, mas é gulosa?
Não sou nada. Não gosto nada de doces. Gosto é de comida de gente que trabalha.
“A adolescência é uma fase dura”
O que é que gostava de receber este Natal?
Estou cada vez menos ligada a esse tipo de consumismo. Nós acumulamos tanta tralha durante a nossa vida. Agora, o meu roupeiro é um potencial sítio para as minhas filhas irem, em vez de irem às lojas, o que me dá imenso jeito. É ótimo! É um bom exercício para não se gastar dinheiro com a roupa delas, e tendo três raparigas… Eu não ligo aos presentes. Quero é paz, ter saúde, trabalho, e quero que me façam rir.
Isso é uma coisa que tem conseguido através do amor…
É uma coisa que se consolida através de muitas coisas, nomeadamente essa é uma delas. Eu tenho uma família numerosa, como se sabe, e ter três adolescentes em casa não é nada fácil. Se calhar, estou a precisar de mais mimos dos filhos, agora mais nesta altura do campeonato, do que há uns anos.
Sente isso?
Sinto, porque eles começam a ir, estão mais individualistas, estão mais na vida deles. O facto de os meus filhos agora dizerem: “Mamã, tu agora és mais controladora, agora estás sempre a solicitar mimos e carinhos.” Se calhar estou, porque estou a perceber esse distanciamento, que é inevitável e é normal. Eu também fiz isso. Os meus pais dizem-me precisamente isso: “Não te recordas que tu na altura também…” Eu acho que não era assim tão terrível, mas a adolescência é uma fase dura, não só para nós, como para os miúdos. Não é nada fácil.
No que diz respeito à troca de presentes, como é que fazem lá em casa?
Costumamos dar, e este ano estou com muita vontade de fazer o amigo secreto. Os presentes são um desperdício de tempo, de dinheiro, de energia para comprar tralha. Coisas que nós não precisamos. Para os miúdos é difícil implementar esse modus operandi, mas ainda assim vou tentar. Para a dinâmica dos adultos, não. Vai ter de ser aplicado. Somos muitos e estamos em fase de contenção de tudo!
“Considero-me uma dona de casa exemplar”
Como é que está a lidar com a crise?
Como todos nós, a fazer muitas contas, mas eu sempre fui assim. Sempre fui uma muito boa gestora, considero-me uma dona de casa exemplar, porque sei fazer tudo e uma muito boa gestão de tudo. Os meus filhos também têm essa noção. Não sou a favor do desperdício de nada e eles também não. Aliás, tudo o que vai para a mesa vaporiza-se, desaparece, o que é bom sinal. Sou muito disciplinada e não fomento o desperdício.
Tenta poupar mais desde que começou a guerra?
Eu sempre poupei, a minha vida toda. Neste momento, não estou a fazer mais do que sempre fiz.
Como é que tem lidado com as consequências da guerra, que estão a afetar todos?
Não está nas minhas mãos fazer algo que possa fazer a diferença. Infelizmente, porque senão, acredite que faria. Tem de ser um exercício de forças maiores e com vontade, que me parece que não está a acontecer. É do interesse de muita gente que esta guerra se mantenha. Em alturas de guerra, muita gente enriquece e é isso que está a acontecer. A História repete-se uma vez mais e são sempre os mesmos a serem sacrificados. Infelizmente.
A mim assusta-me bastante, porque tenho quatro filhos, consegui ainda trabalhar, aspirar, ter sonhos, cumprir objetivos, realizar grande parte deles a que me propus, consegui cumprir tudo. Eu tinha a certeza de que trabalhando muito, iria conseguir. Hoje em dia, não é bem assim. Hoje, é tudo uma questão de sorte. É muito mais complexo do que só se trabalharmos muito, se estudarmos muito. Não basta só isso, infelizmente. Estou preocupada porque sinto que, para além de trabalhar para o meu futuro, tenho de trabalhar o futuro deles e deixar-lhes muitas coisas preparadas. É assustador.
Já sabe onde é que vai ser a passagem de ano?
Não faço ideia. Nunca fiz uma passagem de ano num lugar quente e gostava muito. Ainda não me propus a pensar nisso.
Texto: Carla Vidal Dias; Fotos: Tito Calado, Arquivo Impala, Instagram e Divulgação SIC
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